Nicole Scherzinger é uma grande crente no timing. Enquanto a maioria das divas com grande seguimento internacional teria desistido da América após sofrer múltiplos reveses, ela resume as coisas ao curioso funcionamento do universo. E parece que a sua paciência está finalmente a ser recompensada com o lançamento de Big Fat Lie nos Estados Unidos previsto para a Primavera de 2015. Nicole passou recentemente pelos escritórios do Idolator em Los Angeles para conversar sobre a campanha de promoção na América, liderada pela excelente balada "Run" e um impressionante crescimento enquanto artista. Nicole também falou sobre o material não lançado (ela gostaria realmente que as pessoas o ouvissem), o título do álbum e as suas influências actuais. Saiba tudo sobre este novo começo... |
Nos últimos dois anos estive do Reino Unido a fazer o The X Factor. Eles adoptaram-se, sou uma britânica de coração. Aprendi muito lá, como soltar-me e ser eu própria. Isso também vem com o crescimento enquanto mulher. Mas então, por causa disso, a minha base de fãs no Reino Unido estava mais preparada para a minha música que os Estados Unidos. O meu lançamento no Reino Unido acontecerá a 20 de Outubro, mas só chegará na próxima Primavera aos Estados Unidos.
Começámos com novas músicas no Reino Unido ainda durante Verão. Se tivesse lançado "Run" no Verão não sei se iria correr muito bem. O timing é tudo na música. "Your Love" é uma música boa onda, divertida e sexy, apropriada para o Verão - e era isso que era suposto ser. Achei que os meus fãs adorariam. Depois pensámos apresentar "On The Rocks" como a música seguinte. E então o terceiro single por lá "Run", que será perfeito para o Inverno.
Aqui fizemos algo inesperado, que acho que nem nos apercebemos que estávamos a fazer. Na verdade tínhamos planos para outro single, mas fomos levados pela fé e por acreditarmos muito nesta música. "Run" é uma música muito pessoal e autêntica, com muita vulnerabilidade e muita força também. Acho que hoje em dia as pessoas procuram isso na música.
É um som muito diferente vindo de ti. Achas que as pessoas ficarão surpreendidas?
Acho que sim, acho que até os meus fãs estão surpreendidos. Acho que os fãs que me têm acompanhado ao longo do caminho e que têm ouvido a minha música lançada internacionalmente estão um pouco mais próximos do meu trabalho e da minha progressão enquanto artista desde as Dolls. Mas na América, acho que a última vez que me viram a nível musical foi realmente com as Dolls. Estou muito entusiasmada porque estou à espera que este álbum saia há muito tempo. Não tenho nenhum álbum lançado aqui nos Estados Unidos.
Mas tudo tem o seu tempo, e eu precisava de crescer enquanto artista e enquanto mulher - mesmo fazendo parte de programas de televisão. Eu incentivei os meus concorrentes a serem autênticos. Por isso pensei que deveria reflectir isso também, e olhar para mim enquanto artista e para o meu trabalho. Por isso estou pronta para ser revelada à luz. Quero dizer, é bastante ousado que tenha intitulado o meu álbum de Big Fat Lie, mas estou preparada para isso. Todos temos os nossos problemas, e eu já tive mentiras e inseguranças que cheguem...temos que as enfrentar.
Vamos falar sobre esse título. A que é que se refere?
Tem diferentes significados e camadas. Tem havido muitos equívocos sobre mim por parte de pessoas que não me conhecem. É por isso que quero ser tão honesta e real quanto possível através da minha música. Portanto, essas são grandes mentiras. Outra perspectiva é que as coisas nem sempre são o que parecem. Há coisas que temos que dizer a nós próprios para que consigamos lutar e chegar à verdade.
Como foi trabalhar com o The-Dream e o Tricky Stewart neste álbum?
Tinha trabalhado com eles há muitos anos atrás, por isso foi quase como reunir-me com a minha família. Honestamente, o timing é tudo. Os rapazes...foi a primeira vez que se juntaram para escrever outra vez. Eu fui o seu primeiro projecto. Simplesmente aconteceu que tenham voltado à minha vida e me tenham ajudado a encontrar o meu som, a minha voz, e eu tenha sido capaz de exteriorizar experiências da minha vida real e falar de coisas sobre as quais normalmente não falo através da música.
Numa entrevista disseste que tinhas descartado cinco álbuns. Porque é que esse material nunca foi lançado?
Amo a minha música. Se voltar atrás, todas essas músicas ainda são os meus bebés. Acho que há muitas coisas em jogo no universo para que certas coisas não aconteçam. Uma delas é que sou perfeccionista, e se não é um trabalho com estrutura que me represente no momento então não quero que ele saia. Eu esperei, e agora as coisas estão a compor-se e agora o álbum é ecléctico. Não são apenas canções como "Run".
Essas músicas antigas serão alguma vez lançadas? Sempre adorei "Pretty".
Adoraria que fossem por acho que os meus fãs iriam apreciá-las e seriam capazes de identificar-se com elas. Há algumas verdadeiras jóias entre elas. Mas estou grata por este processo, porque foi o que me trouxe até aqui. Kenny [Babyface] fez a "Pretty". Ele é incrível, e escreveu essa música. Não vou mentir. é muito desanimador para mim também porque colocámos muito trabalho nela. Mas mantive-me nesta estrada lenta e estável, e ainda estou a fazê-lo. Hoje em dia há tantas pessoas com tantos espectáculos, que ficam famosas tão rapidamente que sentem que têm esse direito. Quando as coisas acontecem para mim, eu sei que realmente as conquistei.
O que tens guardado para o vídeo de "Run"?
"Run" é muito simples. Para a versão do Reino Unido é apenas um vídeo de um take. Para os Estados Unidos não sei se iremos por aí, mas será à mesma muito simples e despojado. Apenas eu a cantar a música. Nada de grandes efeitos. Quero que comecem a conhecer-me e ligar-se mais a mim enquanto artista, não apenas como alguém que entretém ou como uma Doll.
Muitas pessoas simplesmente não sabem o quão incrível a tua voz é...
É tão difícil, porque todas nós queremos cantar as músicas das Dreamgirls - percebes o que quero dizer? Mas ao mesmo tempo, é a cultura pop e todas temos que fazer êxitos. Acho que é assim para muitos artistas, é difícil encontrar um equilíbrio e avançar e mostrar a voz em algumas músicas que são grandes canções pop. Mas acho que pelo menos neste álbum fomos capazes de criar um som para mim, diferente de qualquer coisa que ande por aí. Não tem as impressões digitais de mais ninguém. É feito sob medida e construído para mim.
O álbum terá uma tracklist diferente para os Estados Unidos e para o Reino Unido?
Ligeiramente. Será basicamente o mesmo com uma ou duas músicas diferentes. "Your Love" e "On The Rocks" estarão lá. [Nicole disse-me antes da entrevista que também estava a considerar incluir um remix de uma das músicas de Killer Love]
Qual foi a tua inspiração para a capa do álbum?
Não fazia parte das fotos tiradas na sessão fotográfica para a embalagem do álbum. O fotografo estava no local de gravação do meu vídeo "Your Love" e a minha maior inspiração para esse vídeo era a “Love Will Never Do Without You” da Janet Jackson. Então, eu estava realmente inspirada por isso e ele estava simplesmente a tirar fotografias dos bastidores e intervalos das gravações. É daí que aquela fotografia realmente veio.
Quem tens ouvido recentemente?
Passo muito tempo no Reino Unido, por isso estou a adorar o trabalho de vários britânicos. O meu artista favorito neste momento é o Sam Smith. Acho a Sia inacreditável. E também os Kodaline, são uma boa banda da Irlanda.
Alguma vez considerarias participar num club record, a trabalhar com alguém como Clean Bandit?
Oh meu Deus, adoraria. Adoro essa música. Com certeza que sim, adoraria!
Qual é a tua música preferida no teu álbum?
Bem, obviamente adoro "Run", é a musica mais pessoal para mim. Mas diria também “Girl With A Diamond Heart” ou “Heartbreaker”. Mas a última música que fizemos para o álbum, e que lhe deu o título "Big Fat Lie". É mid-tempo.
Aquilo sobre o que estamos a falar está ao longo da letra, como as coisas não são o que parecem. "California days, they say it never rains. So why does it seem my makeup’s never dry. And if my life’s like a perfect sky, why do I feel grey inside? And if I’m living such a wonderful high, why don’t I feel alive? But Imma keep my tears to me, and the truth between me and you is that I’m living a big fat lie. If you look past my features, just a little deeper.” [Dias da Califórnia, dizem que nunca chove. Então porque é que parece que a minha maquilhagem nunca seca. E se a minha vida é como um céu perfeito, porque é que me sinto cinzenta por dentro? E se estou a viver um momento tão maravilhoso, porque é que não me sinto viva? Mas vou guardar as minhas lágrimas para mim, e a verdade entre nós é que estou a viver uma grande mentira. Se olhares para além do meu aspecto, apenas um pouco mais.] Acho que muitas pessoas conseguirão identificar-se com isto.
Fonte: http://www.idolator.com
Tradução/adaptação de autoria de Nicole Scherzinger Fans - Portugal