Em conversa com o Digital Spy, Nicole explicou as suas razões para não regressar ao programa, porque teve de se desfazer de um álbum inteiro e a razão por trás das suas sessões de composição com Tom Odell...
O público do Reino Unido parece estar a gostar no teu novo single "Your Love".
Sim, tem sido bastante positivo.
Porque te decidiste por essa música?
Por acaso é diferente de qualquer outra música do meu novo álbum. É mais pop. As outras músicas são pop, mas mais urban-pop. Lembro-me do sentimento que tive quando regressei para o meu quarto e não conseguia parar de cantar a música. Tinha um poder sobre mim. Acordei e continuava.
O vídeo da música parece ter sido um longo dia no set.
É sempre quando estás a gravar um vídeo comigo.
Quando estás a divertir-te à beira mar em frente à equipa de produção, é algo natural ou é trabalho árduo?
É natural. É a razão para termos filmado na praia. Fomos até às minhas raízes. Eu estava no meu elemento com o sol, o mar e a areia. O que realmente me inspirou foi o vídeo 'Love Will Never Do' da Janet Jackson. Simplesmente apaixonamo-nos por ela e sentimos que estamos a ver um lado lindo da Janet que nem sempre temos a oportunidade de ver quando ela está a actuar em palco. Os meus fãs conhecem este meu lado, por isso apenas queria garantir que lhes dava isso.
Podemos esperar algumas surpresas no teu novo álbum?
Completamente. Porque eu trabalhei apenas com o The Dream e o Tricky e é coeso, criámos um som. Encontrámos um som. Encontrámos o som da Nicole. Por isso quando ouvirem algumas músicas vão ficar tipo "Woah, isto não soa como nenhum outro artista que ande por aí. Nenhuma outra formula de música. Nenhuma outra batida." Sinto como se fosse o meu DNA.
Como descreverias o som Nicole?
Midtempo, super fixe, super vibrante, é um bocadinho um retrocesso ao álbum The Velvet Rope da Janet Jackson e também à essência inicial de Sadé, mas é actual.
Já mencionaste a Janet Jackson algumas vezes, supomos que ela seja uma grande inspiração para ti?
A Janet? Quem não se sente inspirado pela Janet? Ela é uma lenda. As minhas maiores inspirações foram sempre grandes cantoras. Whitney Houston foi a minha maior inspiração, mas sim, Janet Jackson definitivamente deixou a sua marca na música pop.
Também estiveste em estúdio com o Tom Odell. Foi algo para o teu álbum ou para o dele?
Não, na altura ainda nem sequer tinha trabalhado com...vou ser honesta, não estava a trabalhar com o Tricky e o The Dream e não estava a trabalhar em qualquer música. Estava a passar por um período muito difícil na minha vida. Estava a atravessar uma separação. Como artista, a única maneira que tinha de fugir à dor e à mágoa e à perda era escrever - eu estava desesperada. Eu estava no hotel e pensei "Tenho que sair daqui e escrever. Conseguem arranjar-me um pianista?". A minha assistente aconselhou-me o Tom Odell. Fui para estúdio, conheci-o e começámos logo a escrever. Foi incrível. Eu adoro artistas que têm diferentes níveis. O Tom consegue ser um cantor-compositor muito vulnerável e logo a seguir fazer rock. Conseguimos ter uma versão completamente diferente da canção.
O que vai acontecer com "Boomerang"?
Vai permanecer um single isolado. Na verdade eu fiz um álbum inteiro ao qual Boomerang pertence. Tem a sua própria família. Infelizmente não sei se essas músicas alguma vez serão ouvidas, mas faz parte. Eu tenho provavelmente uns cinco álbuns e pergunto-me se essas músicas alguma vez verão a luz do dia. Talvez um dia eu as libere para os meus fãs? Eu não quero confundir as pessoas. Temos que viver no momento e vamos seguir com o som que temos agora - fresco e novo para nós.
Deve ser difícil trabalhar num álbum inteiro e depois deixa-lo de parte?
Sim, eu faço isto há quantos anos? E sabes quantas músicas eu queria lançar que nunca foram lançadas? Já estou habituada. Na verdade sou muito protectora dos meus "bebés", e se eles não estão prontos e sei que as pessoas podem não os perceber, sim, eu mantenho-os perto de mim e digo que não é o momento certo para eles. Acho que muitos artistas são assim. Não gravamos apenas 12 músicas, temos um catálogo de músicas. Lembro-me que uma vez estava no catálogo do Ne-Yo e pensei "Que música é esta - isto é lindo. Esta música é épica." Não sei se alguma vez verão a luz do dia. Quem sabe - talvez vão para outros artistas?
Qual a lição mais dura que aprendeste durante este teu tempo na industria musical?
Deixar ir. Se nos agarrarmos aos medos e às inseguranças...eu não vou deixar as minhas músicas agora. Digo deixar ir no geral. Acho que essa é a principal razão pela qual os miúdos admiram a Miley Cyrus porque ela não pensa demais - ela simplesmente deixa-se levar. Deixar ir tem muitos significados e está carregado deles quando o digo. Temos que fazê-lo para obter uma pele nova, novas crenças, novas músicas, um novo capítulo, uma nova jornada. Acho que estando na industria, o bem prevalece sempre, mas é difícil. Temos que aprender a não levar as coisas como sendo pessoais. Nunca sabemos como as coisas vão correr. Às vezes é tipo "Porque é que o último álbum dos Kodaline não está a passar em todo o lado através da rádio? Porque é que o meu álbum não foi lançado e não está nas rádios?" Temos que lidar com as voltas e reviravoltas da industria. O bom e o mau.
Como te sentes por não regressar ao The X Factor este ano?
Eu só tinha intenção de assinar por um ano. Quase não regressei para o segundo ano, mas por causa do público britânico - que eu adoro - eu regressei. Adorei o meu trabalho e tenho muito orgulho, coloquei muita paixão e trabalho árduo no trabalho que desenvolvi com os concorrentes. Adorei a minha família de jurados, mas eles não iam regressar, tudo tem o seu tempo. Eu também estava desejosa de regressar à música. Nunca fiz o programa para lançar música. Nunca lancei um álbum a partir dele, porque as pessoas esquecem-se que eu sou da América e como artista internacional eu tenho que trabalhar todos os territórios. Por isso quando eu estava aqui para o X Factor não podia voar de volta. Eu não fiz uma viagem de regresso a LA durante três meses. Eu tomei a decisão que agora é hora para a minha música. Eu não estou a ficar mais jovem. Eu digo sempre "Eu fico bem debaixo das luzes brilhantes, mas tenho que aproveitar o momento agora!" Fazer parte do programa inspirou-me e tornou-me mais ávida, por isso agora tenho este novo álbum e estou pronta para regressar à estrada e andar em tournée. É isso que quero realmente fazer."
Fonte: http://www.digitalspy.co.uk.
Tradução/adaptação de autoria de Nicole Scherzinger Fans - Portugal.